Sobre Mim

Chamo-me Luis Bramao.

Comecei a pintar tarde. Para mim, foi na hora certa.
Aos 66 anos, abracei uma paixão antiga pelo desenho e pela pintura.

A minha trajetória como artista ganhou novo rumo há uns anos, quando um episódio inesperado me levou a completar algumas obras inacabadas do meu pai.
Esse momento de ligação ao seu legado acendeu em mim um fogo duradouro — e desde então nunca mais deixei de criar, mesmo que nem sempre com a regularidade que gostaria.
Aos 67, comecei a levar a pintura mais a sério.

Sou engenheiro civil de profissão.
Passei a vida a lidar com betão, estradas, estaleiros de obra e cronogramas apertados.
Mas houve sempre ali uma comichão — uma vontade de fazer algo mais instável, mais frágil, mais meu.

Hoje sou mais “pasteleiro” do que outra coisa.
Uso pastel seco porque está sempre pronto, nunca resmunga e responde no instante.
Não há aguadas a secar, nem óleos a curar.
Só papel, pigmento, gesto — e teimosia. Muita teimosia.

Este blog é o meu caderno aberto. Aqui partilho:

  • As pinturas que resultam… e as outras

  • As séries que me inquietam — Caras, Regiões de Portugal, Os Lusíadas, e outros

  • Os estudos que se perdem pelo caminho

  • Os pensamentos soltos de atelier que um dia quero juntar num Livro de Cozinha do Pintor

  • As histórias que escrevo para os meus netos

  • E os ditados populares que gosto de desmontar, com lápis afiado e humor torto

Não tenho pressa.
A idade trouxe-me um certo prazer em ir num “devagar apressado” e inquieto, em escutar o papel, em aceitar que nem sempre o pastel obedece.

Se chegou até aqui, bem-vindo ao atelier.
Pode entrar — mas cuidado onde pisa.
Há pó de cor no chão, papéis por todo o lado, e alguns pincéis e tintas mais molhadas à mistura.


About Me

My name is Luis Bramao.
I started painting late. For me, it was the right time.
At 66, I embraced a long-standing passion for drawing and painting.

My journey as an artist took a new turn a few years ago, when an unexpected episode led me to finish some unfinished works by my father.
That moment of connection to his legacy lit a lasting fire in me — and since then I’ve never stopped creating, even if not always as regularly as I’d like.
At 67, I began taking painting more seriously.

I’m a civil engineer by profession.
I’ve spent my life dealing with concrete, roads, construction sites, and tight schedules.
But there was always an itch — a need to do something more unstable, more fragile, more my own.

Today, I’m more of a “pastel-maker” than anything else.
I use soft pastels because they’re always ready, never complain, and respond instantly.
There’s no wash to dry, no oil to cure.
Just paper, pigment, gesture — and stubbornness. Lots of stubbornness.

This blog is my open sketchbook. Here I share:

  • The paintings that work… and the ones that don’t

  • The series that keep me restless — Faces, Regions of Portugal, The Lusiads, Roads

  • The studies that get lost along the way

  • The stray studio thoughts I one day want to gather into a Painter’s Cookbook

  • The stories I write for my grandchildren

  • And the popular sayings I like to take apart, with a sharp pencil and a crooked sense of humor

I’m in no hurry.
Age has brought me a certain pleasure in going at a “hurried slowness,” in listening to the paper, in accepting that pastel doesn’t always obey.

If you’ve made it this far, welcome to my studio.
Come in — but watch your step.
There’s colored dust on the floor, papers everywhere, and a few brushes and paints still wet in the mix.